Carlos Matos Gomes
1 min readJun 10, 2024

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Obrigado pela observação. A questão da extrema-direita - em especial a francesa - levanta de facto a questão do soberanismo - a FN de Le Pen assume-se como nacionalista. O que significa que pretenderá recuperar parte (que parte?) da soberania nacional. Em que áreas? Controlo de fronteiras, parece assumido. Mas quanto ao Europa? E quanto aos direitos sociais? Outro ponto é saber como responderá a Alemanha ao soberanismo francês? A Alemanha tem os seus vetores de interesses orientados para Leste: Polónia, em primeiro lugar e a França para Oeste e para África. O nacionalismo francês (continental) esteve sempre em conflito com o expansionismo marítimo, primeiro com a Inglaterra, depois com os Estados Unidos. A Alemanha tem hoje uma relação privilegiada com os estados Unidos, que a veem como a sua ponta de lança para a Eurásia. .A conclusão é que o eixo Paris-Berlim acabou. A França vai voltar à politica de la grandeur de Napoleão e de De Gaulle... mas sem ter os meios para ser uma potencia determinante, entre a Inglaterra, a Itália e a Alemanha. Os Estados Unidos conseguiram fazer explodir a Europa enquanto espaço relevante no jogo de poder mundial. É o que penso.

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Carlos Matos Gomes
Carlos Matos Gomes

Written by Carlos Matos Gomes

Born 1946; retired military, historian

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