O Quarteto de Kiev — Três tristes e um outro coitado
A ida a Kiev do trio de dirigentes europeus que representam o antigo coração da Europa, o império de Carlos Magno: a Gália, a Germania e a Lotaríngia teve aspetos de cerimónia de Extrema-Unção, ou de exibição de homens estátua. A viagem a Kiev dos três chefes de governo e de Estado da França, da Alemanha e da Itália significa a desunião da União Europeia. Há dias tinha passado por lá a presidente da Comissão Europeia. Tratam, ou trataram de quê com o coitado do Zelenski, que já deve ter percebido que representa o papel do marido enganado, mas ninguém tem coragem de lho dizer e, pelo contrário, vão lá bater-lhe nas costas. Fazê-lo mexer e abrir a boca, ou dar-lhe corda.
A imagem de Zelenski como um boneco articulado parece-me real.
Mas os três tristes que apareceram numa fotografia em amena cavaqueira numa carruagem de comboio em trajes de turistas, um deles até de jeans, também não são mais que pobres diabos postos fora de jogo. A guerra na Ucrânia trava-se entre a Rússia e os Estados Unidos. A União Europeia é apenas uma serventia para os dois contendores. Um trio que faz umas animações à frente da cortina do palco nos intervalos entre atos.
O Quarteto de Kiev, com ou sem acompanhamento de funcionários como Ursula Van Der Leyen, Borrel, ou Charles Michel não tem qualquer instrumento de atuação, empenharam-nos, e não tocam qualquer música. Talvez tenham umas gravações, talvez assobiem para o ar, talvez façam play back, ou Karaoke! A UE é um grupo de Karaoke!
Entretanto há outra instituição da União Europeia que, como dizem os brasileiros, também se escafedeu: o formigueiro que se reúne no edifício transparente do Parlamento Europeu.
O que dizem aos eleitores os deputados europeus sobre a guerra, as sanções, as soluções, o presente, o futuro? Nada! Aos costumes dizem nada. Elegemo-los para quê?